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Better Call Saul: Review 1x05 e 1x06 "Alpine Shepherd Boy" e "Five-O"


A preparação para a obra prima.

É o que posso dizer de "Alpine Shepherd Boy", um bom episódio, divertido, mas que serviu, mesmo, de preparação para "Five-O", pra mim, o melhor episódio da série até o momento.

"Alpine Shepherd Boy" foi um episódio tranquilo, agradável, importante, mas que começou de forma bizarra: em que lugar do mundo a polícia é acionada por um roubo de um jornal? Resposta: Albuquerque. Ótimo, bom saber que existe uma cidade com essa rígida segurança. 

E um "roubo pago"! E pior, a polícia ainda vem! E pra piorar ainda mais, a polícia ainda invade a casa de Chuck, coitado, como se ele fosse um terrorista iraquiano.    

Desconforto à parte, o início do episódio alavancou o roteiro para que pudéssemos descobrir, ou melhor, entrarmos afundo nos problemas de saúde vivido por Chuck. Ficou claro e provado que seu problema é psicológico e não físico, e a "sentada" proferida pela médica, abriu os olhos de Jimmy para o atual estado de seu irmão, além de motivá-lo ainda mais na "guerra" contra Howard Hamlin.

Jimmy não ganhou a esperada esculachada de seu irmão, porém ficou claro que ele tem influência direta na sua reabilitação. Passou de "Jimmy Sabonete" para "Jimmy McGill", e esperamos ansiosamente o aparecimento de "Saul Goodman", claro, sem pressa alguma, pois está sendo muito divertido acompanhar essas transformações.


O fim do episódio foi um grande gancho para "Five-O", um episódio diferente do que tínhamos visto até o momento, bem mais dramático, mortes, enfim. Episódio típico daqueles episódios tensos de Breaking Bad. Mike, o até então sujeito "comum", definitivamente saiu de sua guarita e fomos atrás, conhecemos o seu passado, mesmo, com detalhes, de um dos personagens icônicos de Breaking Bad.

Mike tem uma história triste, e o episódio trouxe momentos emocionantes, principalmente quando assimilamos o que sabíamos dele de Breaking Bad. O brilhante roteiro justificou o avô carinhoso que Mike era, justificou suas atitudes, e agravou ainda mais a atitude de Walter White, naquele épico "Say My Name".

Um episódio brilhante, uma obra-prima áudio-visual, transições fantásticas de cenas, onde ilustraram o passado e o presente de forma épica. Tecnicamente perfeito, um roteiro impecável, pela primeira vez na série veio aquela vontade de aplausos de pé após o termino de um episódio. 

Um personagem que não sorri, de jeito algum, e agora, após o fim de Breaking Bad, a justificativa vem de forma forte, emocionante. Mike carregou um grande fardo e não sabíamos até então, perdeu seu filho por tentar transformá-lo em desonesto, uma forma que achou para protegê-lo, mas que acabou com a sua vida. Após a tragédia, Mike agiu como o Mike que conhecemos, mandando os responsáveis para o inferno, da forma mais perspicaz possível.

Precisávamos de um episódio com esse, centrado em Mike. A série é de Saul Goodman e sua transformação, mas a série - como Breaking Bad - aborda a transformação de personagens, e Better Call Saul começou a nos mostrar a transformação de Mike: um ex-policial corrupto, que sofrera grande perda, tornou-se um cidadão comum para proteger sua nora e neta, e que agora em diante acompanharemos sua transformação, definitiva, chegando no Mike que conhecemos.


O legado deixado nesse episódio foi importantíssimo, pois a série mostrou do que é capaz. Claro, a temporada está ótima, mas estava leve, tranquila, agora a tensão tomou conta literalmente, e deveria mesmo, pois existe muita escuridão nos personagens principais, convenhamos, não poderia ser tranquila sempre.

Acredito que a série está bem mais agradável para os fãs de Breaking Bad. Dá pra assistir sem ter visto a série original, claro, mas a apreciação não será a mesma, definitivamente, e estamos apreciando-a sem moderação, que continuemos assim.