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Better Call Saul: "Switch" 2x01 [Season Première]


E a chama "Breaking Bad" é reascendida.

É o principal sentimento que Better Call Saul dissemina. É o resquício de uma saudosa série, que tanto marcou, que tanto proporcionou sentimentos variados. Esses sentimentos dificilmente serão repetidos em seu spin-off, fato que pode desapontar os mais exigentes, mas temos que lembrar que, mesmo com semelhanças, são séries diferentes e por enquanto cada uma traçou ritmos de desenvolvimentos diferentes. 

Better Call Saul continua light, com diversos pontos de humor mas sem deixar aquela chama de drama e suspense se apagar. A grande semelhança, desde sua criação, se chama "Transformação", como vimos em Walter White e agora com mais detalhes em Saul Goodman. Ele ainda não está livre de Jimmy Sabonete - como sugeriu o season finale passado, mas sabemos que isso é questão de tempo.


Ele está infeliz. Mesmo com mais dinheiro, mesmo com o "melhor emprego do mundo", Jimmy distribui sorrisos amarelados, falsos, ao dar a meia volta em sua vida. O nome do episódio nos enganou, sugerindo que essa "meia volta" seria o "chute no balde" dado por ele, que até ocorreu, mas por pouco tempo. 

Jimmy está perdido. A traição de seu irmão ainda dói bastante, ele está literalmente sem rumo. Sua felicidade é vista quando ele coloca seu "dom" em prática, quando astuciosamente engana alguém em benefício próprio, mas esses momentos não bastam, não pode-se considerar uma meta de vida, de profissão. Perdeu seu parceiro Marco, se divertiu um pouco mostrando suas artimanhas para sua amada Kim, mas sabe que ela não seguirá, de forma alguma, com essa "parceria".

Sendo assim, Jimmy volta a sua vidinha de advogado, mais cedo do que esperava. Nos dá resquícios de Saul Gooodman em pequenos golpes, dando pra sentir o nascimento do grande advogado trapalhão-astuto que conhecemos. Ele demostra curiosidade, ele demostra estar diferente. De fato, não terá mais aquela honestidade vista  na temporada passada, ele está em transição. Algo, de fato, de muita importância, deve acontecer para ele se transformar definitivamente em Saul Goodman, e tudo leva crer que Kim será o ápice desse momento. Uma morte? Possivelmente.  


A arrogância e prepotência esteve nos dois núcleos a parte do episódio. Mike se livrou de seu cliente, que resolveu seguir só por um caminho perigoso. Atrapalhão, aparecido, teve sua casa e seus pertences dados de mãos beijadas para Nacho. Da mesma forma que aquele executivo "olho grande", enganado muito por Jimmy, tendo que pagar uma altíssima conta. 

Não tivemos nada de bombástico nessa volta, a trama não se desenvolveu muito, ainda estamos acompanhando a transição de Jimmy, agora, com mais poder, com obstinação, rumo ao encontro de seu verdadeiro eu. Apesar disso, é muito bom acompanhar momentos inéditos desses personagens secundários de Breaking Bad e torcendo para que venha outros. Mas se não vier, a série não perderá seu brilho. 

Falando em produção, impressionante como as cenas remetem aos fatos. Impressionante os ângulos a partir de objetos estão cada vez mais bonitos, e os primeiros minutos dessa volta ilustraram muito bem essa produção maravilhosa vista em Breaking Bad e que está tão presente em Better Call Saul. 

Estamos ainda acompanhando o início da vida de Saul Goodman e recebendo pinceladas de seu futuro, em Nebraska, ainda fugindo da polícia. O meio da história já conhecemos, resta-nos acompanhar fielmente os episódios para testemunhar a junção desse quebra-cabeças que tem tudo pra ser emocionante.