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[Crítica] "Need for Speed - o Filme" - com Aaron Paul


O melhor (ou único) elogio que poderia ser dado ao filme "Need for Speed": "Divertido". E mesmo assim se você estiver com muito bom humor.

(Com pequenos spoilers)

Humor esse que o filme tentou inserir de forma pífia. "Need for Speed" marca o primeiro trabalho de Aaron Paul após Breaking Bad, e em uma super-produção, diga-se de passagem. Mas após 130 minutos de filme, vimos que todo o dinheiro gasto para produzi-lo foi muito mal aproveitado.

Não digo que o filme "cumpriu o que prometeu", pois não sei o que ele prometia. Não me importo e isso não tem importância. Pelo menos acho que o filme não teria a capacidade de prometer roteiros com furos gigantescos, bizarros e desproporcionais. "Need for Speed" traz uma história simples, que tinha como objetivo principal dar sustentação para os momentos de ação automobilística. Não conseguiu.

O personagem principal, Tobey Marshall, bem interpretado por Aaron Paul (principalmente nos momentos de raiva), herdou do pai uma oficina mecânica típica, usada para "tunar" os carros. Claro que o filme começaria com um racha cinematográfico, vencido por Tobey, momento (clichê) em que os fãs de Breaking Bad gritaram "YEAH BITCH" no cinema. Mas até o momento não tínhamos noção de como se desenvolveria o filme, porém preferiria que tivesse ficado apenas nisso.

Tobey aceitou trabalhar para um rival, por dinheiro, para salvar sua oficina, mas depois caiu em tentação, apostando o mesmo e importante dinheiro em um racha, tentando (sem precisão) ganhar ainda mais dinheiro do seu rival. E ficou evidente que esse racha não iria acabar bem. A disputa acabou com a vida de seu amigo Pete, que participou do racha sem necessidade, colocando Tobey atrás das grades por dois anos. Não vimos um segundo sequer de Tobey na prisão, pois o filme ganhou um salto no tempo para a sua saída, quando traçou um objetivo de colocar Dino Brewster (Dominic West) atrás das grandes, seu rival que armou para que ele fosse preso, tirando o "dele" da reta.


O parágrafo acima sintetiza o roteiro do filme, porém o longa mostrou momentos bizarros, daqueles típicos de Sharknado. Tudo bem que o filme é inspirado (diferente de baseado) nos jogos de  "Need for Speed", mas deveriam tratar o roteiro com mais profissionalismo. Os momentos inacreditáveis nas pistas são relevantes, aceitáveis, pois são super-carros, mas a trama que sustenta esses momentos foram deploráveis, reitero.

Tobey cruzou o país inteiro com o Mustang que montou, mas acabou o perdendo após chegar à cidade, em um jogada covarde para colocar o carro que matara seu amigo Pete na jogada. Aliás, após dois anos do acontecido, o carro continuava intacto, com todas as provas do crime. Inadmissível, ainda mais após a explicação: "Algumas pessoas acham que nunca serão presas". É muita burrice para um criminoso apenas.

E o carro mencionado foi usado por Tobey para a corrida clandestina, de última hora. Que carro é esse que fica dois anos parado e volta como se tivesse saído da fábrica? Abastecimento em movimento para "ganhar tempo" - mesmo parando logo após, novamente, para abastecer; exibicionismo gratuito e irrelevante; Tobey segurando uma garota nos braços quando pulava de uma altura considerável; policiais jogando seus carros na  frente dos automóveis para parar o racha (WHAT?); helicópteros salvadores que aparecem sem nenhuma explicação; enfim. O filme tem vários desses momentos que o empobrece, o transformando praticamente em uma grande sátira, só que mal feita.


Mas o filme não é dispensável, dá pra se divertir, como disse, mas não passa de um filme fraco, e pelo dinheiro gasto, decepcionante. Aaron Paul merecia estar em um filme melhor, apesar de ter sido protagonista e o filme ter sido badalado. Mas não será reconhecido, falando de prêmios, pois além do filme não ajudar, seu papel não exigiu tanto de si, se tornando um ator comum no meio de tantos outros do filme. Até o renomado Michael Keaton teve participação modesta, praticamente irrelevante ao seu nível de atuação.

Se vale a pena assistir? Vale. Por Paul e pelos momentos de ação automobilística, que sim, foram bem produzidos. Não são duas horas de vida perdidas, mas se não quiser assistir o filme, não estará perdendo nada.